segunda-feira, 18 de maio de 2015

De perna pro ar

Relato pós fratura de tornozelo.   
raio x pré operatório
Dia 13 de março eu estava andando de skate e caí, na hora vi meu pé todo torto, não sabia ainda, mas tinha fraturado a fíbula (mais exatamente no maléolo). Pela primeira vez andei de ambulância, e descobri que usam a sirene mesmo o caso não sendo tão urgente. Fui atendida no Hospital de Pronto Socorro onde fiquei sabendo da fratura e que teria que fazer uma cirurgia para fixar os ossos. Aí já fui logo perguntando quanto tempo de recuperação, se havia a possibilidade de não fazer a cirurgia, como eu ia ficar tanto tempo parada... Me deram a previsão de 6 a 8 semanas. 
Na hora eu ria para não chorar, sou profissional de Educação Física, estou sem emprego fixo, sem plano de saúde, sem poder me mexer! 
raio x 6 semanas após operação
Bom fiz a cirurgia 5 dias após a fratura, no Hospital de Clínicas, fui muito bem atendida apesar de ter poucas explicações. Colocaram uma placa e seis parafusos, passei a noite após a cirurgia no hospital, ainda estava um pouco sob efeito dos sedativos, mas sentia dor durante a noite. No dia seguinte ao acordar falei à enfermeira que estava com dor e ela resolveu me aplicar uma dose maior de morfina a qual me lembrarei pelo resto da vida, apaguei na hora, e passei todo o dia sentido um enjoo absurdo e sem poder comer, pois vomitava tudo que comia, eu já não comia há mais de 30 horas por causa do jejum pré operatório, somente com o soro, um horror... Enfim fui para casa muito fraca e só no dia seguinte comecei a me sentir melhor.
Bom aí foi só esperar o tempo passar. Só?! Os primeiros dias tive uma mistura de desespero, com tédio, incapacidade e dependência. É impressionante como a falta de um pé te deixa tão dependente de outras pessoas. Tudo fica difícil, tudo fica longe e o pior, se ficar muito tempo de pé tudo fica inchado e dói. A melhor opção era ficar deitada com a perna pra cima. 
Durante esse tempo fiquei muito irritada, principalmente por não conseguir fazer as coisas sozinha, por ter que pedir ajuda, e apesar das pessoas normalmente se prontificarem a ajudar, me irritava o fato de que aquilo que eu pedia para ser feito não saia exatamente como eu queria e eu ficava brava, mas sabia que não podia pois elas estavam me ajudando. Algo difícil de controlar, pelo menos para mim. Outra coisa que me deixava louca era não poder fazer exercícios, fui atleta de natação por mais de 10 anos e sempre procurei atividades de alta demanda energética, senti muita falta da endorfina, de sentir cansaço à noite, de ter sono, de saber que o dia rendeu... Outra coisa muito ruim, foi ter que reduzir a quantidade de comida, não é uma obrigação, mas a não ser que se queira engordar uns 10 quilos em 2 meses é totalmente necessário. O problema é que eu gosto muito de comer, e geralmente quando fico entediada eu como. Tive que me esforçar muito para fechar a boca. Passei a pensar nos obesos com mais consideração em relação ao sofrimento durante as dietas.
As primeiras 3 semanas foram as piores, a partir de então comecei a me acostumar (ou me forcei a me acostumar). Procurei atividades alternativas, comprei um ukulele (espécie de cavaquinho havaiano), descobri que não é tão fácil como parece, assisti todas as temporadas de mais de 5 seriados diferentes (Breaking Bad é muito bom! e Netflix também!). Pesquisei sobre suplementação de Cálcio, descobri que a melhor maneira é ingerir alimentos ricos em cálcio, e não através de cápsulas, e para melhor absorção do cálcio é necessária a vitamina D, ou seja se alimentar bem e pegar sol. (pelo menos uma coisa boa nessa história). (Sugestão de alimentos: sardinha, brócolis, leite, gergelim). Ah, e reduzir a quantidade de sal também é importante pois ele inibe a absorção do Cálcio.
Assim que as dores foram diminuindo procurei me movimentar de alguma maneira, ainda com o pé pra cima. Abdominais não são a coisa mais divertida do mundo mas quando é única opção não se pode reclamar. Contrair a coxa durante 5 segundos do lado machucado também já ajuda um pouco. Mexer os dedinhos é algo já automático para tentar ativar a circulação, já que a panturrilha não se movimenta. 
Usei uma tala gessada durante as duas primeira semanas após a cirurgia (para decepção das minhas amigas que queriam muito assinar no gesso). Depois coloquei uma bota ortopédica (robofoot). Uma melhora muito boa! Não precisar tomar banho com um saco na perna foi um grande alívio. Aliás o banho é algo muito complicado, principalmente se o box for pequeno. Depois de algum tempo fiquei muito contente por não precisar mais de cadeiras no banheiro e principalmente em poder tomar banho em pé. Outra utilidade da bota é que com essa onda de tirar selfies uma amiga descobriu que ele funcionava como um ótimo suporte para o celular na hora de tirar fotos, ela apelidou de pé de selfie! 
Logo que o médico autorizou a movimentar o pé, fui mexendo aos poucos mas sempre tentando estimular bem a articulação, sem colocar carga. Massagear o pé também é muito bom. Por muito tempo meu maior desejo era poder acordar e levantar com os dois pés no chão sem precisar de nenhum apoio. 
Fiquei 5 semanas com a bota, foi quando o médico disse que eu poderia começar a colocar peso aos poucos na perna. A sensação é muito estranha, falta força, muita sensibilidade, alguns formigamentos, mas a evolução é gratificante, em uma semana já não precisava de muletas, mas a marcha fica extremamente lenta pela falta de flexibilidade. Mas ficar independente das muletas foi o início da liberdade.  
Uma coisa que me deixou e ainda deixa um pouco intrigada, foi que os médicos disseram que eu não precisaria de fisioterapia. Hein?! 2 meses parada e não precisa de fisio? Como profissional de educação física isso eu não entendi até agora. Li muitos depoimentos na internet de pessoas com fraturas similares e que uns 10 dias após a cirurgia já começavam tratamentos fisioterápico. Como fiquei na dúvida assim que me autorizaram a tirar a botinha procurei na internet alguns exercícios de tornozelo e comecei em casa mesmo. Como queria que a melhora fosse mais rápida procurei uma fisioterapeuta, ela também estranhou a opinião dos médicos sobre a recuperação. Inciei as sessões de fisio e senti que a melhora está sendo muito boa, apesar de ter pouca força e os movimentos estarem bem limitados.
Durante todo esse tempo a ajuda e a presença dos amigos e familiares é muito importante, fiquei muito grata por ter tantas pessoas queridas à minha volta, elas me ajudaram e muito! Engraçado como essa situação me levou a enxergar algumas coisas de maneira diferente, não sei explicar ao certo, mas dar mais valor à coisas simples. 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Retorno

      Um ano depois estou escrevendo aqui novamente... Não quer dizer que eu tenha pensado poucas coisas, ou que não tenha refletido sobre assuntos diversos. Acontece que simplesmente não parei mais para escrever sobre aquilo que pensei durante alguns dias. Acredito que o fator mais importante para que isso tenha acontecido foi a aquisição de um smartphone no final de 2013. Ah sim, que aparelinho mágico! Acho que depois da televisão deve ser a invenção que mais nos mantém com os olhos grudados na tela. Afinal ali temos tudo, acesso a conta bancária, e-mails, redes sociais (no mínimo 3), fotos, vídeos, mais um monte de outras funções. Sendo assim praticamente eu não precisava mais abrir o notebook, ou seja, também não parava mais para escrever neste espaço.
Enfim, não foi para fazer propaganda de smartphone que vim escrever, queria escrever um pouco sobre o que tenho pensado com relação à alimentação. Todos estamos cansados de saber que um alimentação adequada é aquela que é equilibrada, sem exageros, com alguma quantidade carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e sais minerais. Mas porque ainda insistimos em dietas que prometem emagrecer em uma semana aquilo que foi adquirido em meses? Será que é a melhor maneira de emagrecer? Será que isto é ter saúde?
Eu acredito que todos temos um ideal de corpo que queremos ter, nem sempre (quase nunca) é o que realmente temos. Para atingirmos o objetivo do corpo ideal, principalmente naquela época do ano de colocar um biquíni ou uma sunga, acabamos nos privando de muitas coisas que gostaríamos de comer, ou se acabamos comendo um pouco a mais já tentamos compensar no dia seguinte com uns exercícios a mais ou refeições a menos. Até aí, ok! O problema é quando isso começa a virar uma obsessão, capaz de mudar seu humor e suas relações sociais. Pra mim o ideal para pessoas que querem emagrecer, seria primeiramente passar por uma reeducação alimentar e por aulas de culinária básica. Cada vez menos as pessoas sabem como escolher os alimentos no mercado e prepara-los em casa, o que torna suas refeições muito mais simples, baratas e saudáveis que você colocará no seu cotidiano. Num pensamento oposto estão as dietas de 5, 10, 15 dias ou mais. Essas dietas provavelmente irão fazer você diminuir o seu peso, mas elas não podem ser mantidas por mais dias além do especificado na dieta, pois haverá uma grande chance de você ficar debilitado de algum nutriente essencial para sua saúde. O que acontece muitas vezes é que você acaba recuperando todo o peso novamente e inicie uma nova dieta, e fica neste ciclo sem fim... Não acho isso nem um pouco saudável, nem para o corpo e muito menos para a mente que estará sempre numa montanha russa de poder comer e não poder comer.
Um pouco de criatividade pode estimular o interesse das crianças.
Minha sugestão é que essa educação alimentar inicie desde criança, é mais difícil pois estão sempre cercados de tantas opções mais saborosas como doces, refrigerantes e salgadinhos, mas se aprenderem a equilibrar os alimentos desde cedo, provavelmente terão uma hábito alimentar mais saudável quando adultos.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pra onde foram?

 Impressionante, tantos pensamentos passam pela cabeça durante o dia que na hora penso: vou escrever isso no blog hoje! Mas na hora que sento na frente do computador parece que se escondem! Pra onde vão? Pior, parece que só voltam em momentos que não posso anotar! Acontece... e muito! 

Frases - Dalai Lama

"Enfrentar sofrimentos contribuirá indiscutivelmente para a elevação da sua prática espiritual, desde que você seja capaz de transformar a calamidade e o infortúnio em caminho."

"O sofrimento tem variadas causas e circunstâncias. No entanto, a razão determinante de nossas dores e sofrimentos está em nossa disposição de espírito ignorante e indisciplinada. Somente através da purificação de nossa mente obteremos a almejada felicidade."

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013